A Amazon Brasil patrocinou o evento organizado pelo JOTA com o objetivo de discutir o cenário do e-commerce para pequenas e médias empresas no Brasil. Gestores públicos, especialistas e empreendedores se reuniram para enriquecer o debate, que analisou a conjuntura atual do país, as dificuldades de empreender e como a Amazon auxilia empresários de pequeno e médio porte a crescerem.
Para abrir os painéis, Ricardo Garrido, diretor de Marketplace da Amazon Brasil, resumiu a história da empresa, que chegou ao Brasil em 2017. “A maioria dos produtos comercializados na Amazon.com.br são vendidos por vendedores parceiros. Cerca de 99% dos mais de 60 mil vendedores parceiros na Amazon.com.br são empresas de pequeno e médio porte”, citou. “Por isso, uma de nossas funções é ajudar o empreendedor a encontrar uma forma de chegar ao público com seus produtos, conseguir promovê-los, fazer a logística e explorar todo o potencial do seu negócio, inclusive com exportação”.
“Para um empreendedor de pequeno porte, a dificuldade é sair da sua vizinhança”, lembrou Garrido. “Mas, por meio do serviço de Marketplace, você consegue encontrar um público mais amplo, com abrangência nacional. Hoje, 77% das vendas de empresas de pequeno e médio porte na Amazon.com.br são para fora dos seus estados de origem”.
Painéis debatem políticas público-privadas, desenvolvimento e exportação
Em seguida, o painel Colaboração Público-privada debateu políticas federais relacionadas à iniciativa privada que promovem as empresas de pequeno e médio porte no Brasil. Neste debate, o ministro de Empreendedorismo (MEMP), Márcio França, conversou com a empreendedora Maria Gabi Barreira, CEO da Twinkle Mountains. “Os empreendedores de pequeno porte respondem por 95% dos CNPJs do país, e, embora eles tenham representação em alguns cantos, via de regra, quem representa a entidade que luta por eles é um empreendedor de grande porte”, iniciou França.
França ainda mencionou ações de criação e ampliação de crédito para os empreendedores. Além disso, mencionou o objetivo de estimular os MEI (Microempreendedores Individuais) que não estão com os impostos em dia a regularizarem suas situações.
Depois, Barreira falou sobre seu trabalho na Twinkle Mountains, empresa que produz e comercializa mochilas e acessórios para montanhismo. Nascida em 2019, o pequeno negócio teve que mudar seu formato durante a pandemia e o fez com apoio da Amazon.com.br. “Conheci o Marketplace da Amazon e meu negócio mudou”, resumiu ela. “Mas falta de crédito é uma das minhas principais barreiras. Com crédito, eu poderia investir mais”.
No painel 2, Pamela Waldino, fundadora da Kah-noa, Ivan Hussni, Gerente de Competitividade do Sebrae, e Fábio Carneiro Penna, Diretor da Splin, dialogaram sobre Oportunidades nos estados. Hussni iniciou falando sobre planos de desenvolvimento regionais, que unem governo, setor privado e entidades de classe do terceiro setor. Ele enalteceu a importância da relação entre esses atores para o crescimento dos pequenos e médios negócios e, consequentemente, da economia dos estados.
Waldino, por sua vez, falou sobre o começo “não-glamouroso” da Kah-noa, que produz e comercializa cosméticos para cabelos cacheados. “Ouvimos o Ministro França falar bastante sobre casos de sucesso e a minha história fala bastante dessa luta para ser um caso de sucesso”, afirmou. Ela também mencionou a dificuldade de conseguir crédito para sua empresa e como, ainda assim, seu produto vendeu muito, em função de atingir um nicho não atendido pelo mercado.
Penna também falou sobre a dificuldade de acesso a crédito e a incerteza que a pandemia trouxe ao seu negócio, a Splin, que desde 2018 fabrica produtos por impressão 3D. Além disso, resumiu a dificuldade de exportar sendo um empreendedor de pequeno porte. “Para o pequeno negócio, exportar pode ser um bicho de 7 cabeças”. A Splin, no entanto, sempre teve esse sonho. “No meio do nosso processo de abertura para exportação, a Amazon lançou seu programa de Vendas Internacionais, o nos ajudou a resolver 90% dos desafios para exportar”, resumiu.
Por fim, o último painel debateu Inovação e Promoção Social, com Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, Ana Paula Repezza, diretora de negócios da ApexBrasil e Marcele Martins, sócia e head de Vendas e Expansão Internacional da Bars Over Bottles (B.O.B).
Prazeres começou com as estratégias do MDIC para fomentar a exportação de empresas de pequeno e médio porte. “O Brasil vendeu quase US$ 340 bilhões em exportações em 2023. Nunca antes se vendeu tanto, com um superávit de 99 bilhões. Outro recorde me chama a atenção: o número de empresas exportadoras, 28.5 mil. Ainda há muito pela frente. A ideia é levar o Comércio Exterior Brasil adentro e fazer com que mais empresas conheçam as oportunidades de exportar”, disse.
Enquanto isso, Repezza elogiou a presença maciça de mulheres nos painéis. “Essa é a nova cara do Comércio Exterior e do empreendedorismo”, resumiu. “Nosso papel na APEX é fomentar que mais empresas de pequeno e médio porte exportem. Atualmente, 67% das mais de 17 mil empresas atendidas pela APEX no ano passado têm esse perfil”.
Para complementar, Martins falou sobre a expansão da B.O.B, que vende cosméticos em barra desde 2019 e alcança o mercado internacional com ajuda da Amazon Brasil. “Estamos há 2 anos na Amazon”, lembrou. “Ao participar do programa de Vendas Internacionais, você não
precisa ter um negócio lá fora, não precisa ter um terceiro para entregar, você só manda para o Centro de Distribuição (da Amazon) e consegue distribuir para os Estados Unidos inteiro. Uma capilaridade que uma empresa de porte médio como a B.O.B. não teria”. Apesar do sucesso, ela também cita dificuldades. “Nós conseguimos crescer muito, faturamos quase US$ 1 milhão no primeiro ano, mas parece que como nós não conseguimos mais colocar investimento, chegamos a um teto. A falta de crédito prejudica bastante a exponenciar o crescimento”.
Para complementar, Prazeres resumiu que um desafio comum a todas as empresas, organizações e governo é unir a classe exportadora e ajudar as empresas que já colocaram seus produtos fora do país a crescer e se manter exportando. “Financiamento é fundamental”, finalizou.