Tecnologia a favor da sustentabilidade

O uso da tecnologia e seus resultados foram destaque no AWS re:Invent 2023 e uma iniciativa brasileira foi amplamente debatida. No encontro Felipe Nunes, diretor-presidente do Centro de Inteligência Territorial (CIT) Selo Verde, apresentou a plataforma Selo Verde 2.1, que ajuda agricultores do Pará a certificar sua produção, garantindo que seus produtos não são oriundos de terras desmatadas. Ele lembrou que a plataforma é fruto da parceria entre o instituto, o governo do Pará e a AWS. “Hoje temos mais de 35 bases de dados integradas que nos permitem rastrear toda a cadeia produtiva das propriedades cadastradas”, explica.

O AWS re:Invent 2023 começou! 50 mil participantes, entre desenvolvedores, clientes e parceiros estão reunidos no maior evento de nuvem da AWS. Veja alguns destaques do primeiro dia do re:Invent:

Os produtores em dia com suas obrigações legais recebem o selo verde e estas informações são abertas a quem quiser checar a origem dos produtos que estão adquirindo. Nunes revelou que o serviço está sendo ampliado para o estado de Minas Gerais, onde monitora a cadeia produtiva de café, e está em implementação também no Maranhão.

O executivo lembrou que um dos maiores desafios enfrentados na implementação da plataforma é integração de dados, uma vez que o setor público tem muitos silos. “O uso da tecnologia tem sido fundamental para integrar estes dados, entendê-los e definir estratégias”, afirma.

A jornada do Itaú: da nuvem ao uso de IA generativa

A jornada de modernização do ambiente de TI do Itaú Unibanco também foi apresentada em um dos painéis do AWS re:Invent 2023 nesta quarta-feira. Com mais de 96 mil colaboradores e detentor da marca mais valiosa da América Latina, o Itaú Unibanco passou por um processo de transformação que levou a área de TI a se integrar 100% às áreas de negócios, tornando-se praticamente o core do banco.

Esse processo levou também a mudanças no desenvolvimento de produtos e serviços. “Hoje começamos pelo design, que deve entender o cliente e seus desejos e para isso utilizamos os dados oriundos de cada simples interação”, explica Napoli. Aqui, o uso de IA tem papel fundamental, ajudando a entender melhor estas interações. “Só aí criamos nossos produtos, que evoluem de acordo com o feedback de nossos clientes”.

Esse fluxo é resultado do uso maduro da nuvem. Não por acaso, o Itaú Unibanco tem hoje 5,9 mil certificações AWS e, desde que iniciou a migração, reduziu os incidentes em 98%, aumentou em 13 vezes a velocidade de seus desenvolvimentos e tem mais de 50% de seus workloads totalmente modernizados.

A interação com a nuvem AWS é intermediada pela plataforma Stackspot, da ZUP, que vem sendo utilizada para consolidar e otimizar o ambiente do banco. “Com a plataforma, nós internalizamos os serviços AWS, criando plug-ins que podem ser utilizados sem a necessidade de codificação, o que nos dá mais agilidade nos desenvolvimento”, explica Napoli.

O ápice destes desenvolvimentos é a plataforma de IA generativa que o banco vem desenvolvendo desde o início do ano. “Nesse momento estamos testando a IA em diversos casos de uso, como a leitura de processos em nosso departamento legal”, revela Moises Nascimento, CTO do banco.

IA generativa e inovação serão o foco do evento de nuvem, assim como anúncios da AWS e palestras com os principais executivos da empresa. O re:Invent será realizado de 27 de novembro a 1 de dezembro.

Sobre a plataforma utilizada pelo Itaú, o CEO do ZUP, Bruno Pierobon, explicou que a empresa conta hoje com dois produtos, o Stackspot EDP (Enterprise Development Platform), que é o utilizado pelo Itaú para simplificar o desenvolvimento; e o Stackspot CS (Cloud Services), que oferece serviços gerenciados para simplificar a jornada para a nuvem.

Ele revelou que a companhia está lançando agora o Stackspot AI, solução baseada em inteligência artificial generativa que possui mecanismos para potencializar o uso contextualizado de LLMs (Large Language Models), resultando em recomendações precisas, com maior velocidade no desenvolvimento e manutenção de códigos, utilizando bases de conhecimento e regras de engenharia de software das empresas. “Com ele, somos capazes de criar diferentes ambientes para cada cliente empacotando o conhecimento de forma específica para cada um”, explica.